Naquele dia, Alice decidiu calar a música. Ela tinha pensado por muitas noites no quanto sua vida poderia mudar se apenas decidisse seguir o som que parecia tocar numa direção. Porém, quando estava prestes a voar rumo aos braços que a libertariam, percebeu que estava sozinha. Mas de que adiantaria lamentar?
A história inteira de sua vida tinha sido uma despedida, desde o seu nascimento, que foi a partida de sua mãe. Depois seu tio, sua família, seus amigos. Talvez o que dizem a seu respeito seja mesmo verdade e seja ela a maldição que puxa os outros para longe. Então, o que é mais um adeus? Esses que aqui estão, amanhã já não mais estarão. Assim como a natureza, as ervas, a terra… nasce, cresce e parte.
Por falar em saudade, onde anda você? Ela viu o suficiente para saber onde andavam os olhos que já não mais via. Ela sentiu.
A menina dos telhados finalmente compreendeu porque sempre gostou de ver tudo de cima: para se despedir do mundo aos poucos.
A magia podia nascer dela, a luz podia trazer a bondade, mas a sua essência estava cada vez mais triste. Seria a hora de ir embora?
Ou será que apenas um recomeço?
Alice, é hora de se despedir da inocência.
Por falar em saudade, você a sentiu sozinha.
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